Maratona de Berlim 2013

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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Definitivamente o tênis tem um papel nessa história

Já escrevi o bastante sobre o tema, acho que já fui até chato. Mas tive mais um capítulo na minha história de evolução como corredor e vou colocar aqui. Até então um resumo seria o seguinte:
  1. Tive uma fascite plantar bilateral severa que me consumiu uns 4 meses de treino ano passado. Resolvi com tratamento tradicional: fisioterapia, alongamento e musculação.
  2. Voltei e ainda sentia algum desconforto no local da fascite.
  3. Resolvi trocar a forma de pisar e o tênis para esse aqui, principalmente após ler o livro Nascido para Correr
  4. A transição foi difícil, senti dores nas panturrilhas, parte superior do pé e tendão de aquiles. Após o processo, entretanto, senti que a mudança foi excelente. Minhas pernas ficaram fortes como nunca. Nunca mais senti a fascite plantar.
  5. No começo deste ano senti algum desconforto no tendão de aquiles, que não me atrapalhou nos treinos, mas era um sinal. Resolvi mesclar um pouco os tênis, voltando a fazer o longão com o tênis tradicional com amortecimento e mantendo o minimalista para os demais treinos durante a semana. Achei que como já havia me acostumado com a nova pisada, não teria problemas.
O que aconteceu? Bingo, voltei a sentir a fascite. De forma bem fraca, que não me impediu de fazer nada. Entretanto, e isso me preocupou, vinha aumentando. O que eu fiz então? fiz ontem meu longão, de 15k, com o velho tênis minimalista. E aí tanto ontem quanto hoje NENHUM sinal da fascite. O bom é que o Tendão de Aquiles também melhorou totalmente, e aí eu credito, ao menos em parte (acho que outra parte foi pelo alongamento), ao tênis com amortecimento

As conclusões que eu chego são que:

  1. ainda que se force a correr sempre do mesmo jeito (no meu caso, com pisadas curtas tocando primeiro com o meio do pé no solo), o tênis influencia na forma.
  2. tênis com amortecimento provocam em mim nesse momento sintomas de fascite plantar
  3. tênis sem nenhum amortecimento podem provocar dores nas panturrilhas e tendão de aquiles
  4. o ideal é manter a base com tênis sem amortecimento e fortalecimento muscular. Monitorar as dores. O tênis com amortecimento fica como opção, mas tomando muito cuidado com os sintomas de fascite.
(UPDATE: achei bom esclarecer, depois dos comentários trocados com a Elis ali embaixo, que eu estou encarando isso de uma forma bem positiva. Acho que as dores no tendão são ainda uma consequência do final do processo de transição na pisada e tendem a desaparecer com o tempo. Considero que eu agora tenho duas opções de corrida diferente, que forçam mais partes diferentes da anatomia e criam alternativas quando sinto algum desconforto. No momento minhas dores são zero.)
    Ontem foi dia de longão. Fiz no Jardim Botânico, foi muito parecido com o da semana anterior. A diferença é que as pernas estavam mais pesadas e o tempo foi maior. É difícil saber porque, mas passa por: a) uma festa no sábado à noite que acabou depois das 2h da manhã, b) maior calor provocado pelo fim do horário de verão e/ou c) troca do tênis. Consegui, mais uma vez, fazer todos os treinos programados durante a semana.

    Esse período de treinos de base está sendo muito produtivo. As cargas na musculação já aumentaram bastante, e tenho sentido muito a evolução. Acho que logo estarei pronto para os treinos da fase 2, com foco na performance.

    Resumo:

    2ª feira: spinning + musculação
    3ª feira: Maracanã: 2' forte x 1' fraco - tempo total 50'
    4ª feira: spinning + musculação
    5ª feira: quinta da Boa Vista: fartlek com pequenos aclives 50'
    6ª feira: spinning + musculação
    sábado: off
    domingo: longão - Jardim Botânico, Areia batida (15k, 1h29'01")

    Abraços.

    8 comentários:

    1. Complicado Sérgio, eu estou sempre às voltas com a tendinite no tendão de Aquiles. Tenho feito muito gelo, alongamento e começando a musculação. Por causa dela não consegui estrear de fato meu nike free run. Abraço

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    2. oi, sérgio!!!

      achei muito interessante seu post...
      estou retomando os treinos aos poucos, ainda me recuperando da fascite...
      e aproveitando a redução na quilometragem para melhorar a postura e trabalhar a pisada...

      lendo seu post senti algo como: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come;)
      se usar minimalista, dor no tendão...
      se usar amortecimento, fascite...

      e se correr descalço, o que será que acontece? será que a gente consegue ficar mais tempo afastado das lesões?

      quando corro com o nike free, não sinto dor... me sinto mais leve, mais ágil...
      mas estou tomando cuidado, avançando aos poucos, para ficar atenta a qualquer sinalização do corpo...

      espero que à medida que eu for fortalecendo mais o corpo, os pés, e melhorando a técnica, consiga ficar mais tempo longe dessas dores...

      também acho que vale a pena investir no fortalecimento e nos tênis minimalistas!
      estou doida pra ver o lançamento da new balance, o minimus road! mas só em março!

      bora correr;)

      bjs

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    3. Poxa, Bruno, que chato, hein? o negócio é não desistir nunca. Uma hora você se livra disso. Descobri que o mais difícil para ter uma carreira longeva não é manter a motivação nos treinos, mas sim voltar após as contusões. É fácil, fácil jogar tudo para o alto. Paciência é a palavra chave!
      abraço,
      Sergio

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    4. Oi Elis!
      pois é, ninguém me disse que seria fácil :-) mas eu não estou encarando como "se correr o bicho pega..." não. Estou mais olhando como tendo duas opções, o que é ótimo. O tendão incomodou, fui para o Vomero (no longão). Piorou a fascite, volto para o minimalista. Desse jeito repare que consegui me livrar das duas dores, que eu ainda credito a um final de fase de transição (que pode durar um ano). Mas o foco maior é no minimalista, que deixa minhas pernas mais fortes e a fascite me preocupa mais que o tendão...
      Quanto à correr descalço, acho que é sim diferente das duas opções, por isso, na pior das hipóteses cria uma terceira opção, o que é positivo. O problema é psicológico, o medo do ridículo, de pisar em algo desagradável etc. Enquanto estiver sobrevivendo sem isso, deixo de lado. Mas respeito muito quem corre assim.
      É boa notícia você não sentir nada com o Nike Free. A impressão que tenho é que você é uma séria candidata a se livrar definitivamente da fascite com a mudança na pisada. Mas você não precisa fazer isso, pois a mudança é lenta e acho sinceramente que sua fascite se resolve logo com o tratamento convencional. Mas é sempre bom saber que existe essa opção. Na pior das hipóteses você pode manter o Nike free como alternativa se a fascite ameaçar vir de novo. Só se lembre sempre de evitar o TSTF (too soon too fast). A transição tem que ser lenta.
      Fortalecimento é sempre positivo! também espero esse lançamento, mas me desanima ver o preço que eles chegam por aqui. O bom é que poderemos ver na loja o tamanho que fica legal e aí pedir a algum portador para trazer dos EUA. Preciso urgente ter uma alternativa de tênis minimalista ao meu, que é feio demais e cuja sola não vai aguentar mais muito tempo...
      Bjs e melhoras,
      Sergio

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    5. oi de novo;)

      fiqui feliz ao ler que na verdade você está encarando como duas opções... não tinha pensando por esse lado!!! alternando o tipo de tênis, na verdade você consegue se manter afastado das duas possibilidades!!!
      legal!!!
      fiquei até mais animada!

      também não sei se quero sair correndo descalça por aí... não agora... e não no asfalto... quero fazer algumas corridas descalça, mas na grama, ou na pista de atletismo de um parque que temos aqui em barueri! e claro: sempre aos poucos!
      comecei a fazer caminhadas curtas de 1.5km na grama, como fortalecimento, e já como uma possível adaptação... bem observado quando você disse que fica mais uma possibilidade de alternância!

      o minimus road parece que chegará por uns 400 reais!!! bem caro! e o vibram também vai ficar por mais de 300 reais!!!
      o jeito mesmo vai ser fazer uma adaptação com as sandálias dos tarahumaras!

      bjs

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    6. Oi de novo!
      você pensa exatamente como eu! também cheguei a fazer umas corridas descalço, no play do prédio. Acho que é positivo sim acrescentar esses treinos na rotina. Só não faço por falta de oportunidade e, sinceramente, por estar funcionando bem sem isso.
      Lembre-se sempre que a corrida é um trabalho naturalmente de esforço repetitivo. Assim, provocar variações no treino normalmente é positivo do ponto de vista de evitar lesões, ainda que não o seja do ponto de vista de performance. Acho que isso vale para corrermos em diferentes terrenos, tanto quanto para diferentes tênis (ou sem eles). Essa é a corrente do Pete, do Runblogger, para mim uma referência no assunto nos Estados Unidos.
      bjs
      Sergio

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    7. Sergio, gostei dos seus comentários, acho que posso agregar alguma coisa nesta conversa. Também comecei com fascite plantar, e a primeira coisa que fiz após ler o livro Nascido para Correr, foi comprar um Vibram five fingers e um Saucony Kirvara. Iniciei com o Vibram, a fascite sumiu e o treino ficou muito mais agradável, mas para treinos longos, acima de 10 km, correr com o Vibram não foi muito bom, então utilizei o Saucony Kirvara, para mim foi a combinação perfeita. Inclusive já corri algumas meia-maratonas com este Saucony e não senti nenhum problema, no dia seguinte estava pronto para os treinos. Já estou correndo com estes tênis a uns 8 meses e minha avaliação é muito positiva. Quando viajei para o EUA procurei o Brooks Green Silence (que vende na Velocitá), mas não encontrei, então acabei optando por este Saucony e não me arrependo, comprei dois pares e a cada treino é uma satisfação. Outra dica bacana que encontrei no livro foi a semente de Chia (Salvia Hispanica), realmente dá uma energia para as corridas impressionante. Se tiverem alguma dúvida, estou a disposição.
      Abraço a todos e bons treinos
      Carlos - SP

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    8. Carlos,
      Tudo bem? Obrigado pelo comentário. Sem dúvida agregou na conversa. O Saucony Kirvara é um tênis que gostaria de usar. O Pete, do runblogger.com fala maravilhas desse tênis. O problema é que preciso ir para fora do Brasil para experimentá-lo. Portador para trazer de fora a gente arruma, mas comprar tênis sem experimentar antes é complicado.
      Que bom que você se livrou da fascite. Temos experiências parecidas e positivas com tênis minimalistas. Eu gosto também de variar o tênis e o piso.
      Grande abraço,
      Sergio

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    Tenho um enorme carinho pelos que comentam por aqui e procuro responder a 100% dos comentários, aqui na própria seção. Vamos lá, diga aí embaixo o que achou ou qualquer coisa relacionada às corridas...